Hoje é o dia da Felicidade e a forma como o idealizei nada tem a ver com o que estou a viver hoje. Após dias de sofrimento provocado por um maldito abcesso, reforço aquilo que venho a dizer e a viver nos últimos anos: a maior perda que temos, aquela com mais impacto no nosso bem-estar é a perda de saúde. Qualquer ser humano com saúde faz tudo aquilo que está ao seu alcance físico e mental para atingir os seus objectivos. Ou pelo menos devia. Privada de sono, com dores horrendas, com incapacidade de raciocinar, de dialogar ou até de tomar banho deixa qualquer pessoa reduzida a cacos. Durante a tempestade não há controlo mental que nos valha, nem optimismo, nem técnicas de respiração, nem mantras, nem apoio na cabeceira. De nada vale certezas quando a dúvida do que se passa dentro de nós é tão intensa e desesperante que não nos permite alcançar nem saber qual será a melhor solução. Tudo grita mais alto que a calma. Constatamos que damos demasiadas vezes por garantida a saúde e o bem-estar. Mas todo o trabalho emocional que se treina, pratica e vive nos dias que não há tempestade (que são a maioria, felizmente!) é o que nos permite bolinar pela vida em alegria, realização e felicidade constante. Hoje não está a ser o dia mais feliz da minha vida mas tenho a certeza que está a ser o dia que valida e me impulsiona a caminhar no trilho que escolhi para a mesma, com as pessoas que o meu coração chama de certas. E isso, se pensarmos bem, é felicidade!
