quinta-feira, 8 de setembro de 2016

"30 ideias para viver melhor". Dia 6.


Muito se tem escrito e falado sobre o acto de perdoar. A palavra Perdão, de tão simples e concreta que é, comporta em si uma responsabilidade que só a nós diz respeito. Não podendo nós obrigar ninguém a praticar este acto para connosco, também só parte de nós o mesmo ocorrer quando somos inundados pela raiva e ressentimento. Os fantasmas que nos atormentam, os assuntos menos bem resolvidos, as portas entreabertas precisam de obter uma resolução para que possamos prosseguir com a nossa vida. 

O Perdão que praticamos tem que ser genuíno para que possa efectivamente ter efeito. A necessidade de vingança, a amargura, a ira têm um impacto astronómico na nossa saúde física e mental. Para que a tensão arterial normalize, para que o sistema imunitário se reforce, para que os problemas digestivos diminuam ou até desapareçam precisamos de praticar o perdão. Dia após dia, de forma persistente e esperançosa, temos que ir perdoando devagar, à medida do que o coração suporta para que aqueles ataques infames que não ousamos pensar em perdoar se desenrolem em prol do nosso bem estar. 

É possível e eu sou a prova viva disso. Não é simples, nem acontece na manhã seguinte à tomada de decisão. É preciso tempo, consciência e muita vontade para lutar contra a facilidade de odiar ou culpar eternamente. Na maior parte das vezes as únicas vítimas deste esquema somos só nós e a vida passa à frente dos nossos olhos apáticos. 

Contra tudo aquilo que dizem, um dos maiores actos de coragem que conheço é o acto de perdoar de peito aberto, assumindo perante si e perante o mundo o mesmo, sem sentimentos de inferioridade ou fraqueza. Perdoar não significa esquecimento, antes libertação e se há momento em que compactuo com o egoísmo é no acto de perdoar. A minha vida, o meu bem estar importa e importa muito, razão pela qual me concentro no perdão de todas as vezes que a minha vida estagna por causa da amargura. 

Por muita razão lógica que tenha a nossa dor, por muito que ambicionemos justiça para connosco, só podemos controlar aquilo que praticamos. O que os outros fazem não depende de nós e, portanto, não podemos esperar que se lembrem de reconhecer o erro ou até mesmo se arrepender pois isso poderá nunca acontecer e passamos a viver com sentimentos negativos instalados e os danos por eles provocados. 

Precisamos de deixar de parte o papel de vítima e retirar ao outro o poder que tem tido na definição da nossa vida bem como perceber se a situação em causa tem tanto significado na nossa vida actual ou é um simples acto de teimosia emocional, de orgulho ferido. 

O perdão pode começar com algo tão simples como com um sorriso. Acreditem que pode. As consequências de um acto tão nobre de libertação são imensas e a vida precisa de impactos positivos! 

Quando tudo for espinhos atira a primeira flor!

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